Se via então a contemplar o espectro luminoso que refletia
na superfície do lago, diante de seus olhos. "Não é mesmo uma pena?"
Pensou o Barqueiro, zombando de si mesmo. Sentou à borda do barco, superfície
instável que outrora servira de ferramenta em sua busca incessante. Se pôs a
pensar, com os olhos fixos na água, e assim permaneceu, até que sua barba
tomasse conta do rosto, sua pele se colasse aos ossos e suas pernas se
atrofiassem. Decidiu então que se aventuraria pela terra, abandonando por hora
seus sonhos de barqueiro, até que pudesse aprender a nadar. Mas teria agora que
reaprender a andar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário