sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Barqueiro - Parte II


Se via então a contemplar o espectro luminoso que refletia na superfície do lago, diante de seus olhos. "Não é mesmo uma pena?" Pensou o Barqueiro, zombando de si mesmo. Sentou à borda do barco, superfície instável que outrora servira de ferramenta em sua busca incessante. Se pôs a pensar, com os olhos fixos na água, e assim permaneceu, até que sua barba tomasse conta do rosto, sua pele se colasse aos ossos e suas pernas se atrofiassem. Decidiu então que se aventuraria pela terra, abandonando por hora seus sonhos de barqueiro, até que pudesse aprender a nadar. Mas teria agora que reaprender a andar.

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